sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Cerimônia de cremação?!

Queria ser cremado. Não deixaria nem dente, unha, fio de cabelo, osso a mercê de mal-intencionados. Mas uma cerimônia de cremação custa em torno de uns 20 mil reais?! Pensei então em ser “queimado” numa fogueira. Uns troncos bem secos me consumiriam as carnes. Difícil é imaginar uma coisa dessas para quem fosse assistir. Cheiro de carne humana assada?! Os olhos e a barriga deveriam inchar até estourarem. Por fim o cadáver iria pretear como um pedaço de carvão até virar cinzas. Haja estômago! Nós aqui no Ocidente não temos essa idéia. Comemos carne. Não damos fim a um corpo. O entregamos a Deus, à Sorte. Essa última maneira lúdica de finalizar uma vida ou uma morte através do enterro nada mais é que o instinto de conservação. Não separamos matéria de espírito. E por fim acreditamos na ressurreição instituída por Jesus.
O fogo é coisa de satanás?! Não cai bem ser consumido pelas labaredas?! Ao contrário, a água que vem da Terra batizou e alivia o calor.
Cada um sabe de si. E eu que acredito na vida eterna etérea jamais quereria mudar as estruturas criadas por essa ou aquela religião. O que vale em qualquer cultura é o modo de criação. Não há perversidade. Mais rápida ou mais lenta nossa vida se esvai num ciclo repetitivo.
Dar fim parece fácil. Viver e sobreviver?! Fazer História e exemplo é outra coisa.
Sempre há o que fazer. Mas quando alguém faz algo importante quase todos pensam no fim dele:”__Fizeste isso e aquilo! Aprontaste!” Surge a idéia de morte como se essa fosse a correção. Ela é, na verdade, tirar os instrumentos na mão de quem está trabalhando para o bem comum.

Marcone Reis

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Demonstração de inferioridade

Quando alguém nos provoca nos sentimos na autoridade de retrucar a ofensa. Ou pelo lado melhor das hipóteses, dirigir palavras de correção. Não nos damos conta, tomados pelo acesso de raiva, que a pessoa que tenta nos magoar está num nível inferior de aprendizado e compreensão.
De nada adianta a indivíduos daquele jeito a intelectualização. Só vai reforçar os ardis de maldade. Intelectualizar é como passar um verniz. Mas se a madeira for de má qualidade a tinta só vai servir como instrumento de malefício.
Palavras vazias sem nenhum conteúdo moral não vão encontrar filhos nenhures que lhes sigam. A hipocrisia domina onde se sabe muito, ou às vezes se pensa que sabe, quando no fundo não passa de representação de bom mocinho.
È melhor ser humilde sem falsidades e ter caráter que ser o mais letrado dos homens sem moral nenhuma. Porque o letrado induz às massas a “essa” ou aquela conduta. Enquanto o indivíduo leigo pega sobre os ombros o próprio peso.
Ai, ai, ai!? É melhor o próprio fardo que o dos outros. Assim, sejemos tolerantes com indivíduos implicantes. Indoutos( mas pensantes que sabem tudo) não são capazes nem das cargas deles! Imaginem dos outros?!

Marcone Reis

sábado, 10 de setembro de 2011

"Faça o que eu falo, mas não o que eu faço"?

Isso é como dizer: desculpe a minha incompetência. Ninguém seguirá apenas palavras. Ainda podem seguir Leis e Sistemas que governam porque sabem que sem eles não podem obter as coisas.
Se quisermos que nossos filhos façam as coisas como queremos, devemos lhes dar o exemplo desde pequenos. E nos perguntar: meu filho/a não gosta de leitura, eu gosto? Meu filho/a não gosta de estudar? Qual meu grau de instrução para poder lhe dar exemplos de como sei as coisas?! Meu filho/a não trabalha? Por acaso foi ensinado a ele/a desde pequeno a lei do esforço e da recompensa?
Mas perguntamos a nossos filhos: o que te falta para ser feliz?! Será que não somos nós os infelizes por tentar arquitetar um projeto de perfeição quando na verdade hoje as pessoas procuram se distanciar de tudo o que atrasa, faz infeliz e regride?! Devemos também nos perguntar: o que nos falta para sermos felizes?! Ou será apenas um capricho de pai e mãe querendo serem avaliados pelos outros? Isso não é felicidade. É exacerbação do orgulho. Não somos máquinas. Não somos obrigados a sermos perfeitos uns iguais aos outros. Nem felizes. Temos o direito e sacrossanto de errar. Nenhuma coisa nos impelirá a seguir um caminho qualquer sem antes perguntar a quem estiver voltando por ele mesmo. Queremos colo, perdão, segunda, terceira chances. Queremos humanização. Não super-homens ou super-mulheres. Aliás, esse modelo de comportamento foi ultrapassado pela procura de atalhos proporcionada pela Tecnologia e pela Ciência.

Marcone Reis

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Encontrar sentido

Podemos perder a rota ou o foco na vida. São as desilusões, os sofrimentos; ou porque nada dá certo. Quando nesse estado ficamos não estamos perdidos se olharmos para dentro. Botarmos os pés no chão e criarmos raízes. Seja ali mesmo no meio do caminho, ou melhor, no canto da estrada.
O estado de abstração é a pior crise que alguém pode ter. E existem outras como as obssessivo-compulsivas. A abstração pressupõe que tudo vá dá errado. Não há nada que faça qualquer idéia ir para a frente ou ganhar êxito. Por isso que eu disse: criar raízes. Absorver a luz solar; sentir o vento daquele lugar; as substâncias alimentares e os temperos(idéias) dos outros. Porquê? Mais fácil não seria fugir dos problemas?! Se mandar para bem longe?! Acontece que quanto mais fugimos tanto do que nos retém como a sensação de ódio e vingança quanto a de desprezo, pela nossa capacidade de não resolver no momento uma situação, mais longe ficamos de nós mesmos. Não testamos nosso orgulho, nem a vaidade. Não podemos desenvolver o ato humanitário de se sentir igual ou inferior ao semelhante. De que isso serve? Só podemos ter a visão do outro se passarmos por situações idênticas as dele. E, invariavelmente hoje ora fugimos dos nossos problemas ora procuramos ignorar os alheios. E assim perdemos uma chance enorme de adquirir auto-confiança e capacidades reativas. Se continuarmos a fugir qualquer dia seremos pegos à força. E a contumácia em fugir à dor aí sim vai ganhar níveis estratosféricos.
É melhor aplicar uma dose dia a dia de contrariedade para irmos nos acostumando com a dor que adotar todos os meios e alternativas para se fugir dela. Porém extremos tanto de dor quanto de felicidades frequentes não são coisas boas.
Não queremos trocar o significado da dor pela alegria. Se bem que tem raras pessoas que fazem isso. Mas somente dizer que a dor um dia virá. Então preparemos dia a dia para que os vieses temporários sejam suportáveis e não nos venham ideias tresloucadas de suicídio ou homicídio. Tanto uma quanto a outra são aquela dor que há muito tempo se negara a aceitar e que agora vem de roldão.

Marcone Reis

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Avaliação

O mau avaliador dá nota a si mesmo.
Para se evitar a perseguição injusta a funcionários e super-proteção aos puxa-sacos dever-se-ia implantar um sistema em que tanto a nota do avaliado quanto do avaliador ficassem atreladas pela avaliação. Trocando em miúdos, seria o mesmo que dizer: você funcionário faz parte da minha avaliação pessoal e você chefe faz parte da avaliação do funcionário. Poderia ser o que é a realidade. Todos nós somos co-participantes da nota e da vida uns dos outros.
Existiriam distorções porque quase todo chefe avaliaria bem seus funcionários? Não se aplicarmos o quociente neutro do chefe intermediário. Sua avaliação pegaria todos os dados anuais em todos os quesitos de todos os subchefes e funcionários. Nós seríamos avaliados pelo resultado final e não por caracteres subjetivos como empatia, amizade, status financeiro.

Marcone Reis

Veja também: http://www.opiniaodual.com.br/page22.php