domingo, 29 de junho de 2014

Maior dádiva

O sentimento é a alma da razão. Esse desenvolvimento que se deu ao longo da evolução dos animais é e foi um fator preponderante na aquisição de um perispírito ou alma. Mas o sentimento não existe por si só?! Ele é o resultado da percepção pelos órgãos dos sentidos, quer seja o tato, olfato, o paladar, audição e visão?! Então, podemos dizer que sem sentir, a razão não seria nada do que é, hoje. Pois foi através da repetição, da dor e da imposição de limites, que pudemos vislumbrar o estágio atual da humanidade. Máquinas podem fazer o que fazemos?! Até podem, porque foram codificadas para isso, através das inteligências vividas e sentidas. Mas cada ser humano é uma experiência única no desenvolvimento das habilidades dos sentidos ou o contrário, do cérebro, pelos sentidos. A percepção única sensorial é a maior herança que nos foi dada por Deus. Diferentemente dos seres inorgânicos que estão privados desses sentidos transcendentes, ainda que eles formam equilíbrio, coordenação e possam formar reações inteligentes, a vida se vislumbra como a maior dádiva já concedida à criação. Marcone Reis

domingo, 22 de junho de 2014

Antes e depois da escrita

É sabido no meio científico que o cérebro humano apresentou poucas conquistas de 35.000 anos para cá. Estava naquela época o mesmo tamanho, tanto em volume como em peso; órgãos dos sentidos, órgãos fonadores. Se bem que os humanos não tinham nenhuma escrita. Se comunicavam por sinais e urros. Viviam pouco. Entre vinte e 30 anos. Suas vidas eram direcionadas única e exclusivamente para sobreviver num ambiente hostil em que mal sabiam se dia seguinte estariam vivos. Com o passar do tempo, a abstração e necessidade de marcar acontecimentos foram se tornando algo necessário. Surgiram as inscrições nas rochas. Mais tarde, foram a vez dos objetos serem moldados por símbolos. Mesmo os de barro. Fico pensando se aquele homem sucessor do Neandhentalensis, não era capaz de aprender como nós?! Talvez não tivesse nossa rapidez porque ela vem do treino desde criança?! Eles seriam como crianças intelectualmente a nível do surdo, quase. Já que num primeiro momento, nada compreendiam, além de apontar ou pular feito macacos. Natural de sua dotação de sobrevivência. Que milagre, então, transformou o “Troglodita” das cavernas no homem atual?! Resposta: a escrita! Sem escrever ainda seríamos as crianças não-sabedoras de outrora. Surgida há dez mil anos atrás, fez com que o homem parasse de dar voltas e começasse a andar progressivamente. Pensando o que havia escrito?! O que escrevera os outros?! O que escreveram sobre ele mesmo?! A História pode ser dividida em duas. Em antes e depois da escrita! Este marco visceral no caminho da humanidade a colocou de encontro a conquista de sua sobrevivência e manutenção. Norteada agora sobre experiências passadas ruins, pôde conjecturar um provir de acordo as suas necessidades. Ainda que o ciclo insista em vir, na base de sua compreensão de que nada acaba mas recomeça, alarga sua compreensão acerca das possibilidades. Marcone Reis

domingo, 8 de junho de 2014

Pluralidades

Estamos vivenciando cada vez mais a exaltação das diferenças e a pluralidade dos significados, conquanto a globalização force a barra. Quando experimentamos modificar os outros ou torná-los parecidos conosco, mesclamos ideias e sentimentos ou rivalizamos. Acontece que nesse mundo de hoje em que as pessoas estão conformadas com o Sistema de coisas, ser diferente e criticar o desigual ao que seria ideal, parece crime?! Cadê a inclusão?! Ou o respeito à pluralidade?! Nesse ínterim, fica a questão: o que é certo?! O que é errado?! Se é tácito e implícito o meu direito de discordar, já não me cabe o direito de julgar. Ainda que tenha méritos. Pois a mim cabe,e somente a mim, a jurisdição pessoal, conquanto minhas ideias se alonguem mundo adentro?! Mas já repararam que boas ideias são como sementes?! Uma vez publicadas voam como dentes-de-leão para onde o vento leva?! Como diz o ditado japonês: “duas coisas significam fraqueza__calar quando é preciso falar, e falar quando é preciso falar!” Mas é preciso saber a diferença. Esta alude a todas as pessoas sem distinção. E se a mim cabe o poder de escolha desse ou daquele, baseados no critério de que darão o melhor, não me macula a consciência se, lá aonde estiver, estejam fazendo coisas erradas ou não conforme as leis?! Eu despertei o melhor de mim?! Fiz o que pude?! Eu me guardei para o bem na sã consciência do dever cumprido. Isto me basta! Marcone Reis