domingo, 25 de dezembro de 2011

Felicidade no comer

Certo dia ouvi indiretamente uma queixa:”__eu queria tanto deixar de comer!” Comentei em voz alta para ela e outro meu vizinho: __que isso?! Quer coisa mais boa na vida que ter vontade de comer?!
Lembro certa ocasião em que estive numa cidade vizinha e outra interlocutora disse:”__que beleza! Olha só que comida?!” Eu lhe disse:__é bom ter vontade de comer. Isso denota felicidade e doçura!
Quem já passou pela fase da comilança e hoje sofre com a azia e queimação sabe do que estou falando. Pode-se pensar que aquela doença tem a ver muito mais com a quantidade e qualidade da comida que se ingere, mas outros fatores são preponderantes, como o uso e abuso de medicamentos sem acompanhamento médico, aplicação de venenos sem a proteção necessária, ingestão de alimentos sem lavá-los ou descascá-los, consumo constante de enlatados e embutidos, prisão de ventre, fatores psicológicos ou psicossomáticos.
O primeiro órgão do nosso corpo a sentir a angústia, a raiva, a depressão, o ódio é o estômago. Essa parte frontal do nosso corpo corresponde a um centro de energia poderoso, que absorve, seja do ambiente, seja de outras pessoas, energias. Que dirá de si mesmo?! É no homem a parte mais vulnerável. Tudo o que sentimos passa obrigatoriamente pelo estômago. De forma que ele retém até precisar digerir todos os dissabores. E não é aprazível a qualquer órgão coisas ruins! Ou o que ele nos devolverá como nutrientes?! Ou mandará tudo pelo esgoto?! A necessidade ou fome que sentimos por algo nos faz em maior ou menor grau sermos parecidos no todo ou em parte com o abdômen. Então treinemos nosso desejos pelas coisas.

Marcone Reis

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A dor é um limite?!

Depende. Como forma de enunciar a debilidade da matéria pode ser. Mas também pode ser o impulso.
Sem a dor nada somos nem seríamos. Ela pode acabar com os seres vivos?! Não. E por outro lado lhes impõe as rédeas de como caminhar com segurança. Há como evitar a dor?! Se existe só pode ser por uma vida que outros diriam medíocre.
Momentos intensos de prazer sugerem em contrapartida dolorosas consequências. E como um não pode ficar sem o outro, momentos de aflição vão um dia encontrar refrigério.
Não poderia só haver prazer ou felicidade?! Se fosse essa frase verídica poder-se-ia dizer que o mundo estava a ponto de acabar. Pois o significado exato da felicidade tem como base e ligação a dor. Sem sofrer não há razão alguma para ser feliz. Mas há pessoas felizes?! Há! E se perscruta o seu passado dantes o nascimento?! Para onde vamos?! De onde viemos?! Somos apenas esta existência pueril?! Porque as diferenças encontram apadrinhamento ao passo que a igualdade__um utopia__jamais prevalecerá?!
A dor e a alegria estão assim como o fio-terra e o fase da eletricidade. Um não funciona sem o outro. A alegria é a compensação pela dor. E esta última o prenúncio de que o alívio acontecerá. E ele de fato só pode ser realmente avaliado e degustado por quem realmente sofreu.
Quem nunca sentiu dor, em nenhuma existência, esse sim é que ainda não sabe o que é felicidade. Não desenvolveu sequer ¼ de sua inteligência emotiva.
A dor carece de muita ruminação. O indivíduo começa a questionar a si, ao mundo. E então relaciona os seus problemas numa esfera maior: a do comprometimento com o todo. Na sua parcela de responsabilidade lhe cabe a consciência de compaixão e o entendimento e aceite ou oferenda de que se uma dor não pode ser aliviada ou extirpada que ela sirva como consolo a outros que precisarem. Este princípio pode nos tornar valiosos para a natureza das coisas e nos tirar a idéia de que somos apenas “desgraçados”__pelo contrário__estamos servindo à Grande Obra Universal.

Marcone Reis

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Meio-termo

Diz “Cientologia”(http://pt.wikipedia.org/wiki/Cientologia) que a vida é um turbilhão de confusões. Se o indivíduo conseguir um “dado estável” como referência aos outros terá equacionado toda sua ignorância quanto à vida.
De fato se não podemos resumir um texto, uma vida, um acontecimento a uma idéia-sentimento é sinal de que não estamos aptos a saber viver__ dada a imaturidade sugerida pelos medos, traumas, preconceitos. Não é por o mundo a girar em gravitação ao umbigo. Quem assim o faz cairá no pouco ao ridículo. De outro lado ficar desorbitado como se tivesse a liberdade__ainda que falsa__remeterá a própria vida aos grilhões das dores.
Se a felicidade for a liberdade, esta última vem do dever cumprido em relação aos outros, às coisas.
Liberdade por liberdade é a procura da dor. Já que não havendo algo por fazer os indivíduos tentam se auto-destruir. É melhor o excesso de problemas que o vazio de uma vida. Porque o primeiro treina e preenche. Enquanto o segundo simplesmente diz que não valemos nada.
Diz o Budismo(http://pt.wikipedia.org/wiki/Budismo) que é preciso esvaziar-se para atingir a plenitude. Diz a Cientologia que é preciso preencher para viver feliz, mas a custa de uma referência. Pois a tendo todas as outras ficam em órbita. Porém qualquer uma ao extremo pode prejudicar. “Esvaziar-se vai causar no fronte mental através da meditação uma sensação de paz. Em compensação o desinteresse e a vontade de isolamento prevalecerá. Isso não é bom para as sociedades. Por lado, ficar bitolado com um mundo de problemas sobrecarregará o fronte cerebral. Indivíduos assim não vêem solução senão nos outros, no mundo ou nas coisas. Incapazes__tomados pelo excesso exterior, de enxergar a si mesmos. Proponho o equilíbrio.

Marcone Reis

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Insaciabilidade

Precursora da ruga, cabelos brancos, gastrites, ansiedades, dores.
O instinto insaciável pode ser o desdobramento da hiperatividade infantil. Crianças irrequietas que foram “castradas” de circunstâncias que pensavam felizes. Pode ter sido restrição econômica e contrariedades como traumas que junto com a timidez formam uma bomba interna que implode em depressão e angústias. Desejos muito reprimidos podem produzir um embate com o próprio “eu”. Ao invés do indivíduo aceitar a repressão, apenas aguarda o momento de externar todo o sentido de sua vida. Ter que vencer a todo custo qualquer circunstância__ se parece uma ideia anormal e paranóica tem também a conveniência teórica de produzir indivíduos preparados sob pressão. Este preparo poderiam nós ocidentais pensar poder se tratar do contrário, como por exemplo a subsistência de um indivíduo psicopata e meticuloso. Mas segundo critérios do Oriente a antecipação e vivência da dor, ainda que não na infância e o fato de aceitá-la como parte da vida e da caminhada seria o logro suficiente da própria vitória sobre si.
Se não há no indivíduo nem ódio nem revolta mas o desejo de ser feliz respeitando os limites dos outros ao seu encontro, já é sinal de grande mudança interna. Poderíamos sob esse aspecto perceber que contribuiríamos muito mais para o mundo mudando-nos, estudando, fazendo pesquisas e extensões desse estudos que o simples ódio ou a revolta pelas coisas que, se a princípio não podem ser entendidas ou mudadas, quem sabe mudando o ângulo de visão das coisas?! Essa simples atitude parece boba mas é o fundamento de toda a Teoria da Física. Aonde tudo ou quase depende do ponto aonde estamos. No nível do pensamento ele pode não ser palpável ainda que o ambiente possa colaborar ou não nas nossas idéias e decisões.

Marcone Reis