quinta-feira, 26 de abril de 2012

Pecado?!

Quem de nós não pecou? Se há um tabu é mais certo que ele será quebrado cedo ou tarde. Foi assim com o sexo que era proibido antes do casamento. O pecado desenvolve a inteligência e a emotividade quando há noção de que um dano deve ser reparado. Por esse prisma a falta não é má porquanto cria responsabilidades. Não devemos jamais esquecer que Jesus Cristo foi crucificado no meio de dois ladrões. A crucificação era imposição ao delito do roubo. Não faço apologia à corrução nem desdigo o que disse antes. Mas sou inteiramente contra e sim à pirraça ou anti-patriotismo na conduta. Isso sim é prejudicial. Quanto ao tabu do roubo, quanto mais houver pressão mais acontecerá. Ele é igual ao do sexo. Pecar e mostrar-se humano não é ruim guardadas as devidas proporções. Pois há deveres para com os outros. Se queres pecar e todos nós às vezes queremos ficar descompromissados momentaneamente da formalidade ou carga das leis, faça de forma que não prejudique aos outros mas a si próprio. Se queres criar um vínculo extremo com Deus através do pecado, sendo devedor, é tácito direito; mas fazer os outros sofrerem ou penarem não é bom. Marcone Reis

sábado, 14 de abril de 2012

Construtivo e destrutivo

É inconcebível construir uma coisa sem ter a capacidade de destruí-la. Isso falando em termos humanos.
Para construirmos algo verdadeiramente sólido e bom precisamos e muito destruir. Não se faz alicerces bons em terrenos não trabalhados. Da mesma forma que para erguer um arranha-céu é preciso fazer sucumbir a construção que o antecedia.
Só construiremos um bom caráter após ter apanhado muito da vida, seguindo caminhos tortos. A “estrada larga” tanto para o bem como para o mal denota exatamente sua pouca duração. Assim como um cano fino leva muito menos tempo para escoar um volume qualquer. De roldão esse mesmo volume vai por um encanamento grosso. O fato de reter uma carga: seja emotiva, de raiva, de amor, de construção__ruminá-la e ir soltando aos poucos pode exigir deveras persistência, nervos e paciência. Mas é justamente assim que podemos em sua totalidade sentir todos os graus e obter acréscimos duradouros a nossa existência evolutiva. Pois o que passa e vai logo nem lhe lembramos. Mas o que dá trabalho ou dor esse pra sempre permanecerá. O trabalho merece e vai ser recompensado. Senão imediatamente, num futuro. Mas o ganho que se faz pelo exercício da paciência e mansidão é inegável. Na dor ou contrariedades olhamos para nós, o que somos. Ao passo que ludibriados pelo mundo ou pela alegria passageira só vemos no externo a solução de nosso problemas. O que um dia ou noite pode levar a sofrimentos insuportáveis pela falta de rédea durante a vida.

Marcone Reis

terça-feira, 3 de abril de 2012

Não há alegria que dure para sempre nem tristeza que nunca se acabe

Conquanto em cada fase da vida pensamos ser eterno essa ou aquela circunstância.
A ânsia ou falta de aceitação da situação contrária denota responsabilidade mental quanto a alguma situação vivida no passado ou angustiosa de viver no futuro.
É por demais complicado pensar ou tentar separar a dor da alegria. Ambas coabitam como dever e direito. Se houvesse só alegria nosso planeta nem existiria. Não aguentaria nossas irresponsabilidades e destemperos. A dor é um freio que vem por as coisas no devido lugar. Se a dor limita também empurra para frente fazendo com que repensemos vários aspectos da vida e demos verdadeiro valor ao que somos. Conhecedores dos nossos limites existenciais só nos resta purificar o cadinho interno do próprio ser. Dessa forma, momentaneamente e para sempre em nossas lembranças passamos a olhar para nós mesmos quando antes só buscávamos a felicidade ali ou acolá. O que em última análise foi a causa do grande sofrer.
E se nos enchemos das coisas sem dor, experiências de relevo estão sendo perdidas. Se nos esvaziamos e ficamos felizes deixamos de interferir e consubstanciar com o mundo.
Infelizmente tanto a ideia de “Paraíso” ou “Inferno” para sempre ainda imperam tanto quanto o raciocínio imposto pelo cinema de que um único homem irá nos salvar. Essa ideia não passa de enganação que aceitamos ou somos obrigados a engolir. Sem olhar para nós mesmos, o que seria aceitar o próprio fardo e curtir a vida, somos jogados a externalização e por nas coisas ou no consumo exacerbado a solução. É triste constatar isso. Sempre cada um teve e tem responsabilidades e direitos no todo.

Marcone Reis