domingo, 26 de maio de 2013

Sectarismo

Todo extremismo conduz ou desconduz ao desequilíbrio. As palavras de Jesus:”não vim trazer paz à Terra e sim a espada!” retrata bem o relacionamento que se tem com os problemas do mundo. Ora tentando acabar com tudo, como se isso resolvesse as diferenças?! Ora se isolando. Não existe luz sem trevas. Luz é existência em alta atividade. Assim como a constituição físico-química das estrelas. A negação das coisas e a imputação artitrária de uma força inimiga nada mais é que o treino para conseguir algo maior. Afinal, se afia a língua e a sabedoria senão no muito ruminar. E, embora negue, duas forças contrárias e que se complementam são a mão-dupla das religiões. Qualquer tentativa de destruição da força oposta resulta exatamente num desequilíbrio e no encolhimento ou redução proporcional da força atacante ao nível da contrária. Luz sem trevas não representa nada. Deixa de haver sua função. Sendo a matéria em baixa atividade a escuridão, é desse estoque imensurável que se obtém energia para queimar. É exatamente isso: queimar combustível quando podem, que as estrelas fazem até à exaustão. Marcone Reis

domingo, 19 de maio de 2013

Para cada virtude um defeito

Escolher alguém por uma virtude pode parecer coisa de bom caráter, mas pode não ser. Virtudes com mais virtudes são soma, certo?! Não é bem assim. Se escolho alguém por uma deficiência que aprecio será virtude também?! Ou estou fazendo caridade?! Dizem “que semelhante atrai semelhante” nos seres humanos. Mas tanto pode ser pela inveja, ódio, amor, amizade. As nossas escolhas amorosas e amigáveis podem revelar muito sobre cada um de nós. Se aprecio só a virtude, posso me arvorear em juiz dos outros. Se gosto somente das mazelas vou querer arrebanhar outros para o caminho também. Se posso gostar dos defeitos pareço estar mais próximo da felicidade. Não tenho desejo de governar nem de julgar ninguém. Como larguei o viés do controle sob o incontrolável: pessoas, mundo, sentimentos, me libertei da quimera do abuso. A vida não me pertence. Sou mero espectador dos acontecimentos ao redor. Ao passo que se tomo sob minhas rédeas o controle total, ansioso, paranóico dos acontecimentos, me coloco em duas posições: a de juiz e a de réu. O promotor são os outros. A defesa, minha consciência. E os jurados, a imprensa. Estou qual assim: a minha virtude é o meu defeito, expresso na rigidez de conduta que me faz ir ao exagero e exaustão. O meu defeito é a minha virtude, porque apoiado na fraqueza, me sinto incapaz de fazer mal aos outros. Ainda que me apontem como mau exemplo, cada um pega dessa vida o que lhe aprouver. Desligado da idéia mesurável de fabricação em série, valorizo a pluralidade de opiniões e pensamentos. E não me furto às responsabilidades. Sei separar a hora de ser rijo e correto no que tem que ser. Ou simplesmente abandonar ao tempo as lições que têm apresentado. Marcone Reis

domingo, 12 de maio de 2013

Certeza: geradora de muitos erros

O grande problema quando tudo vai dando certo é que algumas pessoas acham que o mundo passa a girar ao entorno do umbigo delas. Somos grãos de areia nesse Oceano Sideral que é o Universo. Se a Terra sumisse, impacto algum causaria à grande massa cósmica. Mas pelo relativismo em que o ponto observador se considera mais que a criação, não é fato conceber que a nossa própria destruição seria a da Galáxia?! Pelo preceito divino, que somos feitos à imagem e semelhança do que julgamos ou pensamos ser o Criador e mantenedor de todas as coisas__agimos como canalizadores centrais de todas as energias. “As coisas não são como os outros nos falam mas como queremos ver”. E nisso cabe a ideia de se arvorear em juiz. Quanto mais certeza temos, mais burros ficamos. Quanto mais dúvidas temos mais podemos nos bem preparar. A certeza de algo ou alguma coisa conduz às criaturas humanas a muitos erros e à estagnação. A dúvida sugere delicadezas de ambas as partes. Tanto do observador quanto do que é observado. Ao passo que a certeza sugere ser tratado de qualquer forma. Até aos bofetões. Já se sabe o que o outro(a) é capaz! Isso se refere bem no relacionamento humano quanto nas questões filosóficas. Marcone Reis

domingo, 5 de maio de 2013

Matérias?!

Certo dia estive pensando na quantidade de coisas pequenas e, às vezes, insignificantes que guardamos. Analisei a quantia enorme de cadernos, anotações, recibos, frascos, e todo tipo de objeto que minha mãe guarda como se fosse o tesouro particular dela. Pensei também sobre minha vida, e o que faço de comum com a progenitora. Somos grandes materialistas! Conclui. Embora nosso tesouro sejam bobagens. Porém, uma hora se precisa disso ou daquilo ou de uma lembrança ou fato; ou de jeito nenhum! Lixo de rico é utilidade de pobre, embora não sejamos catadores. Mas acumuladores próprios de lembranças e acontecimentos pitorescos__segunda conclusão! Uma casa vazia é uma casa sem fatos. Uma casa de pequenos acontecimentos pode ter um valor sentimental__às vezes maior que o material__terceira conclusão. Marcone Reis