segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cópia e repetição

A música sempre demonstrou implícita ou explicitamente o que estamos pensando e sentindo. Refrões atuais de: “__eu quero tchu, eu quero tcha...” “Para pa para pa pa”, sem dizer nada filosófico, na verdade diz assim: o mundo é uma repetitividade, embora estejamos sempre reaprendendo e reinventando. Às vezes, muito blá blá e pouca ação.
A música sempre teve esse caráter crítico e anarquista, ainda que pareça meio besta a princípio. Não há nem comparação com a música dos anos oitenta, cheia de cunho filosófico, ou dos anos 70, poética, ou dos anos noventa: alienada no Dance. Mas não deixa de ser o que todo mundo ou quase está pensando e sentindo. Ainda mais com a propagação da internet?! Tudo parece mesmo uma sopinha de letras copiadas e repetidas umas dos outros. E querendo ou não, somos cópias dos grandes mestres, acrescentadas da pitada própria e característica de cada qual.
Estamos naquele momento de início de milênio em que inconscientemente pensamos: o que mais tem pra fazer?! Se tudo fôra feito?!
E aquela outra forma de anarquia musical que começara com o Dance, depois com o Axé, com o Funk e agora com o Sertanejo e Pagode nada mais é que um cântico em louvor ao que estamos vivendo. Tempos melhores virão. Para o mundo. Para a música. Isto é apenas um ciclo que está acontecendo. Discutir o mérito, se merecíamos coisa melhor?! É como dizer: que frequência estamos trabalhando?! Esta aí não é a que está pulsando?! Frequência, pulsação, ritmo, repetição são escalas de fenômenos terrestres e siderais.

Marcone Reis

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Reputação?!

Havia uma época em que as pessoas davam tudo: a vida ou a morte para terem uma aparência irretocável. Ainda existem seres assim. Porém, quanto mais tenta aparentar a perfeição mais se aproxima da erratidão.
Nesse mundo em que desde muito tempo somos classificados por rótulos: universitário, laboral, religioso e etc. Mais parecemos com produtos ou serviços, por vezes, deixamos de viver e degustar a vida, devido a imposições sociais.
A rotulagem é de quem não tem auto-confiança. Precisa da opinião alheia como aprovação para se afirmar. A existência de quem vive assim se baseia unicamente na aparência ou o que os outros vão pensar. Nada mais importando em se passar qualquer limite para se chegar a um objetivo qualquer.

O que cada um pensa de si é o que vale em qualquer situação. Ser governado por olhos fofoqueiros ou desdenhosos revela exatamente quão fútil nosso grau de entendimento da vida pode ser.
Não estamos aqui para viver numa passarela exibindo roupas, sorriso, trejeitos de forma a acabar ou apagar nossa chama interior. E que é exatamente a naturalidade em ser o que é. E deixar transparecer. Ser translúcido de forma verdadeira. E não forjada para se conseguir isso ou aquilo.

Marcone Reis